Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Jürgen Habermas é um dos intelectuais que mais marcaram o clima político e filosófico do pós-guerra na Alemanha. Aos 80 anos, ele é um dos filósofos mais conhecidos do país.
Natural de Düsseldorf, o filósofo alemão Jürgen Habermas completou 80 anos quinta-feira (18/06/09). Quem viveu o fim da Segunda Guerra Mundial aos 16 anos não pode deixar de filosofar sobre o seu surgimento: Como a situação pôde ter chegado a este ponto? O que aconteceu com os alemães para terem posto no poder, em 1933, um homem bruto, vulgar e antissemita como governante? E principalmente: como é possível evitar que tal situação se repita?
Da mesma forma que quase todos os intelectuais de sua geração, Habermas também observou o nacional-socialismo como ponto de partida para suas considerações, sua teoria acadêmica e todos os seus comentários sobre a política contemporânea.
O nacional-socialismo e, mais precisamente, o Holocausto, afirmou Habermas em meados da década de 1980, não seria nada mais do que o ato de fundação da República Federal da Alemanha: "Princípios constitutivos universalistas apenas se formaram na nação cultural alemã, tal como gostamos de vê-la, infelizmente apenas após – e eu diria até: infelizmente apenas por meio de – Auschwitz".
Escola de Frankfurt
Juntamente com Theodor Adorno e Max Horkheimer, Habermas foi um dos principais representantes da chamada Escola de Frankfurt, que reuniu filósofos e cientistas sociais na Universidade de Frankfurt a partir da década de 1920 e teve decisiva influência, após a Segunda Guerra Mundial, no clima político e filosófico da então jovem República Federal da Alemanha.
A produção intelectual da Escola de Frankfurt baseou-se na experiência com ideologias totalitárias da primeira metade do século 20. Em seus escritos, Habermas sempre tratou da pergunta: Que lições podem ser tiradas dessa experiência para a República Federal da Alemanha e para as sociedades modernas como um todo?
Para tal, Habermas trouxe a filosofia para bem perto da sociologia, ao mesmo tempo em que tirava a filosofia de seu pedestal.
Interesses supraindividuais
A ideia de que a cultura está no início da nação alemã ocupou Habermas sucessivamente. Em seu famoso livro Conhecimento e Interesse (1968), ele assinalava que o conhecimento depende constantemente de determinados interesses. Sempre que existir um pensar sobre qualquer coisa, ele é feito dentro do contexto de uma sociedade competitiva. Ou seja, qualquer pessoa pensante sempre persegue também objetivos concretos, muitas vezes em interesse próprio. Assim, o esforço pelo conhecimento não é inocente. Ele está constantemente à procura de vantagens.
Durante discurso em honra a Habermas, o professor de filosofia de Bonn Wolfram Hogrebe resumiu desta forma o pensamento do filósofo de Frankfurt: "Nós não praticamos ciências naturais e humanas gratuitamente, mas porque queremos tomar conhecimento de algo específico. E todo querer é acompanhado de interesses – normalmente individuais, mas em relação à nossa espécie, também supraindividuais, na opinião de Habermas".
Sociedades modernas
Para remediar a situação, Habermas delineou, em sua obra Teoria da Ação Comunicativa (1981), princípios segundo os quais as pessoas poderiam agir de forma a perseguir seus interesses sem provocar danos a outras. Na sociedade moderna, escreveu Habermas, o entendimento pacífico só é plausível quando os cidadãos coordenam o mais possível seus respectivos interesses entre si.
Por esse motivo, durante os protestos de 1968, ele acusou os estudantes de perseguirem seus interesses de forma demasiado veemente, ou seja, através do uso de uma violência com a qual não deve haver conivência. Isso levou Habermas a um distanciamento de vários anos do movimento estudantil, o que não abalou sua capacidade de luta.
Assim, 35 mais tarde, em 2003, Habermas protestou de forma veemente contra a intervenção dos Estados Unidos no Iraque. Pouco tempo depois, a mesma capacidade de luta o levou a criticar o controle insuficiente da economia, responsável pela divisão cada vez maior da sociedade.
Ampliação do próprio horizonte
Também por suas contribuições à discussão política, Habermas tornou-se talvez o filósofo mais conhecido da República Federal da Alemanha. Tanto no debate em torno da engenharia genética, do retorno das religiões ou das migrações, ele sempre sublinhou que o dinamismo e a mudança seriam princípios fundamentais das sociedades modernas.
"Quando se trata da integração de famílias de trabalhadores estrangeiros ou de cidadãos das antigas colônias, a lição é sempre a mesma: não existe integração sem a ampliação do próprio horizonte, sem a propensão a um espectro maior de aromas e pensamentos, e também a tomar conhecimento de dissonâncias cognitivas dolorosas", afirmou o filósofo.
Em termos filosóficos, Habermas foi para a República Federal da Alemanha o mesmo que a ligação com o Ocidente representou em termos políticos e o rock e a música pop, em termos culturais – o distanciamento do estilo autoritário dos anos anteriores, em direção a uma cultura de debate sóbria, mas politicamente muito mais saudável.
A filosofia de Habermas nada tem de sublime. O que ela fez foi contribuir para que a paz se tornasse um pouco mais estável na Europa, região tradicionalmente pouco pacífica. Por esse motivo, em seu 80 anos, pode-se celebrar Habermas como um dos grandes filósofos do século 20.
Autor: Kersten Knipp
Revisão: Alexandre Schossler
Anne Frank deixou seus rastros por toda a capital holandesa. O museu que leva seu nome desenvolveu agora um aplicativo que liga o passado ao presente, oferecendo ao usuário um novo olhar sobre diversos pontos da cidade.
Desde 1960 que o Museu Anne Frank vem recontando a história do Holocausto através da narrativa pessoal da jovem judia, que, junto com sua família, se manteve escondida dos nazistas durante anos para, por fim, ser deportada assassinada num campo de concentração. Agora, o museu localizado na capital holandesa lançou um aplicativo para celulares, que guia os visitantes pela cidade, sob a ótica de Anne Frank.
A diretora de mídias digitais da instituição, Ita Amahorseija, explica que o objetivo da app é tornar a história de Anne Frank relevante para a população de Amsterdã hoje. "Queremos que as pessoas estabeleçam uma conexão entre o passado e o presente, de forma que quando estiverem na estação central ou perto de suas próprias casas e virem uma dessas imagens, no contexto da rua como ela é hoje, irão mesmo assim se conscientizar de que isso de fato aconteceu ali", diz.
Anne Frank foi uma entre as milhões de vítimas do Holocausto. Ela escreveu o famoso diário enquanto ficou escondida em um prédio de Amsterdã, junto de sua família, durante a ocupação nazista na Holanda. Apenas seu pai Otto – e seu diário – sobreviveram ao Holocausto.
Passado e presente superpostos
O aplicativo A Amsterdã de Anne Frank tem como objetivo contar a história da capital holandesa ligando o passado ao presente, especialmente ao sobrepor fotografias contemporâneas da cidade com imagens históricas da época da Segunda Guerra. Usando o GPS, os usuários navegam por Amsterdã percorrendo 30 pontos importantes, que de alguma forma mantém uma ligação com Anne Frank: o lugar onde ela viveu, a escola que freqüentou, o anexo onde sua família se escondeu dos nazistas e a livraria onde seu pai comprou o famoso diário, para citar apenas alguns dos locais.
No raio de 100 metros de distância de cada um desses lugares, os usuários podem acessar informações multimídia sobre o assunto. Bem em frente ao museu, por exemplo, o aplicativo mostra o lugar onde Jan Gies – a amiga que ajudou a família de Anne Frank – presenciou como a menina e seus parentes foram levados pelos nazistas. O usuário pode ouvir in loco uma entrevista com Gies sobre o episódio.
Navegar na história
A maioria dos pontos do aplicativo fica perto da Casa Anne Frank, embora para visitar todos os 30 lugares marcados pelo app o visitante leve de bicicleta – o meio de transporte tipicamente holandês – por volta de duas horas e meia. O ponto mais longe do centro fica na região sul da cidade, onde Anne vivia com sua família, antes de serem obrigados a se esconder.
Harald Krämer, especialista em comunicação do Museu Anne Frank e professor da Escola de Artes de Zurique, diz que o elemento de navegação app leva á interação, pois o observador é quem decide o que ver e em qual cronologia. "Não é uma mera navegação para levar alguém de um lado para o outro. Há uma personalização da narrativa, que contribui para o conteúdo", diz ele.
Como o aplicativo pode ser baixado gratuitamente no Museu, sua acessibilidade no GPS o faz mais atraente para a população local do que para turistas estrangeiros, obrigados a pagar altas taxas de roaming. Ruben Vis, diretor-geral do órgão que representa a comunidade judaica nos Países Baixos, diz que o aplicativo é uma ferramenta eficaz na educação das crianças judias sobre sua herança cultural. "Tempos diferentes exigem abordagens distintas. Esse app é o caminho para se comunicar com os jovens sobre a história de Anne Frank", completa.
Incitando a curiosidade
Assim como o Anne Frank, uma série de museus em todo o mundo vem oferecendo aplicativos para mídias móveis – entre eles o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), o Louvre de Paris e a Galeria Nacional de Londres. Krämer acrescenta, contudo, que o uso do aplicativo não é, em si, uma experiência completa para se informar sobre o assunto, mas apenas uma "porta de entrada" para chamar a atenção das pessoas interessadas em saber mais sobre a história.
"A aura do Diário de Anne Frank não pode ser reproduzida. A presença real do artefato é indispensável", fala Krämer, aconselhando os visitantes a irem ver o diário real no Museu, sem se contentarem apenas com a experiência virtual.
O aplicativo A Amsterdã de Anne Frank é oferecido em inglês, holandês e alemão, mas o Museu anuncia que irá dispor em breve de versões em outras línguas. Ele foi doado ao Museu pelas organizações Lbi e Repudo – responsáveis respectivamente por seu design e desenvolvimento. Lançado no ano passado, o aplicativo foi recebido com interesse, estimulando um total de 12 mil downloads, somente na primeira semana.
Autora: Charlotta Lomas (sv)
QUITO, 25 Jun (Reuters) - George Solitário, a última tartaruga de sua espécie e um ícone de preservação ambiental, morreu no domingo de causas desconhecidas, afirmou o Parque Nacional de Galápagos. Acreditava-se que ele tinha cerca de 100 anos de idade.
George Solitário foi encontrado em 1972 e tornou-se um símbolo das Ilhas de Galápagos, no Equador, que atraíram cerca de 180 mil visitantes no ano passado.
"Esta manhã o guarda-florestal encarregado de cuidar das tartarugas encontrou George Solitário e seu corpo estava imóvel", afirmou o chefe do Parque Nacional de Galápagos, Edwin Naula, à Reuters. "O ciclo da vida dele chegou ao fim".
Acreditava-se que George tinha cerca de 100 anos de idade e era o último de uma espécie de tartarugas gigantes de La Pinta, uma das menores Ilhas de Galápagos, segundo o parque nacional.
As tartarugas gigantes de Galápagos, que podem viver até 200 anos, estão entre as espécies que ajudaram Charles Darwin a formular sua teoria da evolução no século 19.
O Parque Nacional do Arquipélago está considerando embalsamar o corpo de George para que ele seja exposto no parque, disse Naula.
Um porta-voz afirmou que o parque planeja levar adiante uma autópsia para determinar o que pode ter causado a morte da tartaruga.
Cientistas tentavam fazer com que George reproduzisse desde 1993, quando introduziram duas tartarugas fêmeas de subespécies diferentes em sua jaula. Elas puseram ovos duas vezes, mas eram inférteis.
As tartarugas foram caçadas por causa de sua carne por marinheiros e pescadores a ponto de chegar a extinção, enquanto seu habitat tem sido comido por bodes que foram trazidos do continente.
Cerca de 20 mil tartarugas gigantes vivem em Galápagos.
Fonte: Reuters
]Biomassa humana
Se o assunto é produção de alimentos de forma sustentável, o peso da população pode ser mais importante do que o seu número.
É o que defendem pesquisadores britânicos, em um estudo inusitado, no qual eles calcularam o peso de todos os humanos juntos.
Estima-se que a população mundial tenha superado os 7 bilhões de indivíduos, e todas essas pessoas precisam se alimentar.
No entanto, a necessidade de energia de uma espécie não depende apenas do número de indivíduos, mas também da sua massa média.
Os pesquisadores estimaram a massa total da população humana, e definiram sua distribuição por região, e a proporção dessa "biomassa" devida ao excesso de peso e à obesidade.
Peso da humanidade
Os pesquisadores estimaram o peso da população humana adulta em 287 milhões de toneladas - algo como 5.400 Titanics.
15 milhões dessas toneladas devem-se ao excesso de peso, e outros 3,5 milhões devem-se à obesidade.
Enquanto a massa corporal média global foi de 62 kg, na América do Norte, que tem a maior massa corporal de todos os continentes, o peso médio por indivíduo chega aos 80,7 kg.
A América do Norte tem apenas 6% da população mundial, mas 34% da biomassa humana, devido à obesidade.
Em contraste, a Ásia tem 61% da população mundial, mas apenas 13% da biomassa humana.
Massa e queima de energia
"Nossos resultados enfatizam a importância de olhar para a biomassa, em vez de apenas para os números populacionais, quando se considera o impacto ecológico de uma espécie, especialmente dos humanos," disse Sarah Walpole, uma das autoras do estudo.
"Todo o mundo concorda que o crescimento populacional ameaça a sustentabilidade ambiental global - o nosso estudo mostra que a gordura da população também é uma grande ameaça. A menos que enfrentemos tanto o crescimento da população quanto a gordura, nossas chances são magras," disse o professor Ian Roberts, coautor dos cálculos do peso humano sobre a Terra.
Até metade de todos os alimentos consumidos queimam-se na atividade física.
Aumentar a massa significa maiores exigências de energia, porque é preciso mais energia para mover um corpo pesado. Mesmo em repouso um corpo maior queima mais energia.
No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros.
Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade, pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outros não sequer o que comer durante o dia.
Por isso vemos que existe a desigualdade social, ela assume feições distintas porque é constituída de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade.
Desigualdade social: a pobreza como fracasso
No século XVIII, o capitalismo teve um grande crescimento, com a ajuda da industrialização, dando origem assim as relações entre o capital e o trabalho, então o capitalista, que era o grande patrão, e o trabalhador assalariado passaram a serem os principais representantes desta organização.
A justificativa encontrada para esta nova fase foi o liberalismo que se baseava na defesa da propriedade privada, comércio liberal e igualdade perante a lei. A velha sociedade medieval estava sendo totalmente transformada, assim o nome de homem de negócios era exaltado como virtude, e eram-lhe dadas todas as credenciais uma vez que ele poderia fazer o bem a toda sociedade.
O homem de negócios era louvado, ou seja, ele era o máximo, era o sucesso total e citado para todos como modelo para os demais integrantes da sociedade, a riqueza era mostrada como seu triunfo pelos seus esforços, diferente do principal fundamento da desigualdade que era a pobreza que era o fator principal de seu fracasso pessoal.
Então os pobres deveriam apenas cuidar dos bens do patrão, maquinas, ferramentas, transportes e outros e supostamente Deus era testemunha do esforço e da dedicação do trabalhador ao seu patrão. Diziam que a pobreza se dava pelo seu fracasso e pela ausência de graça, então o pobre era pobre porque Deus o quis assim.
O pobre servia única e exclusivamente para trabalhar para seus patrões e tinham que ganhar somente o básico para sua sobrevivência, pois eles não podiam melhorar suas condições, pois poderiam não se sujeitar mais ao trabalho para os ricos, a existência do pobre era defendida pelos ricos, pois os ricos são ricos as custas dos pobres, ou seja para poderem ficar ricos eles precisam dos pobres trabalhando para eles, assim conclui-se que os pobres não podiam deixar de serem pobres.
A desigualdade como produto das relações sociais
Várias teorias apareceram no século XIX criticando as explicações sobre desigualdade social, entre elas a de Karl Marx, que desenvolveu uma teoria sobre a noção de liberdade e igualdade do pensamento liberal, essa liberdade baseava-se na liberdade de comprar e vender. Outra muito criticada também foi a igualdade jurídica que baseava-se nas necessidades do capitalismo de apresentar todas as relações como fundadas em normas jurídicas. Como a relação patrão e empregado tinha que ser feita sobre os princípios do direito, e outras tantas relações também.
Marx criticava o liberalismo porque só eram expressos os interesses de uma parte da sociedade e não da maioria como tinha que ser.
Segundo o próprio Marx a sociedade é um conjunto de atividades dos homens, ou ações humanas, e essas ações e que tornam a sociedade possível. Essas ações ajudam a organização social, e mostra que o homem se relaciona uns com os outros.
Assim Marx considera as desigualdades sociais como produto de um conjunto de relações pautado na propriedade como um fato jurídico, e também político. O poder de dominação é que da origem a essas desigualdades.
As desigualdades se originam dessa relação contraditória, refletem na apropriação e dominação, dando origem a um sistema social, neste sistema uma classe produz e a outra domina tudo, onde esta última domina a primeira dando origem as classes operárias e burguesas.
As desigualadas são fruto das relações, sociais, políticas e culturais, mostrando que as desigualdades não são apenas econômicas, mas também culturais, participar de uma classe significa que você esta em plena atividade social, seja na escola, seja em casa com a família ou em qualquer outro lugar, e estas atividades ajudam-lhe a ter um melhor pensamento sobre si mesmo e seus companheiros.
As classes sociais
As classes sociais mostram as desigualdades da sociedade capitalista. Cada tipo de organização social estabelece as desigualdades, de privilégios e de desvantagens entre os indivíduos.
As desigualdades são vistas como coisas absolutamente normais, como algo sem relação com produção no convívio na sociedade, mas analisando atentamente descobrimos que essas desigualdades para determinados indivíduos são adquiridos socialmente. As divisões em classes se da na forma que o indivíduo esta situado economicamente e socio-politicamente em sua sociedade.
Como já vimos no capitalismo, quem tinham condições para a dominação e a apropriação, eram os ricos, quem trabalhava para estes eram os pobres, pois bem esses elementos eram os principais denominadores de desigualdade social. Essas desigualdades não eram somente econômicas, mas também intelectuais, ou seja, o operário não tinha direito de desenvolver sua capacidade de criação, o seu intelecto. A dominação da classe superior, os burgueses, capitalistas, os ricos, sobre a camada social que era a massa, os operários, os pobres, não era só econômica, mas também ela se sobrepõe a classe pobre, ou seja ela não domina só economicamente como politicamente e socialmente.
A luta de classes
As classes sociais se inserem em um quadro antagônico, elas estão em constante luta, que nos mostra o caráter antagônico da sociedade capitalista, pois, normalmente, o patrão é rico e dá ordens ao seu proletariado, que em uma reação normal não gosta de recebê-las, principalmente quando as condições de trabalho e os salários são precários.
Prova disso, são as greves e reivindicações que exigem melhorias para as condições de trabalho, mostrando a impossibilidade de se conciliar os interesses de classes.
A predominância de uma classe sobre as demais, se funda também no quadro das práticas sociais, pois as relações sociais capitalistas alicerçam a dominação econômica, cultural, ideológica, política, etc.
A luta de classes perpassa, não só na esfera econômica com greves, etc, mas em todos os momentos da vida social. A greve é apenas um dos aspectos que evidenciam a luta. A luta social também está presente em movimentos artísticos como telenovelas, literatura, cinema, etc.
Tomemos a telenovela como exemplo. Ela pode ser considerada uma forma de expressar a luta de classes, uma vez que possa mostrar o que acontece no mundo, como um patrão, rico e feliz, e um trabalhador, sofrido e amargurado com a vida, sempre tentando ser independente e se livrar dos mandos e desmandos do patrão. Isso também é uma forma de expressar a luta das classes, mostrando essa contradição entre os indivíduos.
Outro bom exemplo da luta das classes é a propaganda. As propagandas se dirigem ao público em geral, mesmo aos que não tem condição de comprar o produto anunciado. Mas por que isso?
A propaganda é capaz de criar uma concepção do mundo, mostrando elementos que evidenciam uma situação de riqueza, iludindo os elementos de baixo poder econômico de sua real condição.
A dominação ideológica é fundamental para encobrir o caráter contraditório do capitalismo.
A desigualdade social no Brasil
O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários baixos, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a marginalidade, a violência, etc, são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil.
A desigualdade social não é acidental, e sim produzida por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas não de poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais.
Até 1930, a produção brasileira era predominantemente agrária, que coexistia com o esquema agrário-exportado, sendo o Brasil exportador de matéria prima, as indústrias eram pouquíssimas, mesmo tendo ocorrido, neste período, um verdadeiro “surto industrial”.
A industrialização no Brasil, a partir da década de 30, criou condições para a acumulação capitalista, evidenciado não só pela redefinição do papel estatal quanto a interferência na economia (onde ele passou a criar as condições para a industrialização), mas também pela implantação de indústrias voltadas para a produção de máquinas, equipamentos, etc.
A política econômica, estando em prática, não se voltava para a criação, e sim para o desenvolvimento dos setores de produção, que economizam mão-de-obra. Resultado: desemprego.
Desenvolvimento e pobreza
O subdesenvolvimento latino-americano tornou-se pauta de discussões na década de 50. As propostas que surgiram naquele momento tinham como pano de fundo o quadro de miséria e desigualdade social que precisava ser alterado.
A Cepal (Comissão econômica para a América Latina, criada nessa década) acreditava que o aprofundamento industrial e algumas reformas sociais criariam condições econômicas para acabar com o subdesenvolvimento.
Acreditava também que o aprofundamento da industrialização inverteria o quadro de pobreza da população. Uma de suas metas era criar meios de inserir esse contingente populacional no mercado consumidor. Contrapunha o desenvolvimento ao subdesenvolvimento e imaginava romper com este último por maio de industrialização e reformas sociais. Mas não foi isso o que realmente aconteceu, pois houve um predomínio de grandes grupos econômicos, um tipo de produção voltado para o atendimento de uma estrita faixa da população e o uso de máquinas que economizavam mão-de-obra.
De fato, o Brasil conseguiu um maior grau de industrialização, mas o subdesenvolvimento não acabou, pois esse processo gerou uma acumulação das riquezas nas mãos da minoria, o que não resolveu os problemas sociais, e muito menos acabou com a pobreza.
As desigualdades sociais são enormes, e os custos que a maioria da população tem de pagar são muito altos. Com isso a concentração da renda tornou-se extremamente perceptível, bastando apenas conversar com as pessoas nas ruas para notá-la.
Do ponto de vista político esse processo só favoreceu alguns setores, e não levou em conta os reais problemas da população brasileira: moradia, educação, saúde, etc. A pobreza do povo brasileiro aumentou assustadoramente, e a população pobre tornou-se mais miserável ainda.
A pobreza absoluta
Quando se fala em desigualdade social e pobreza no Brasil, não se trata de centenas de pessoas, mas em milhões que vivem na pobreza absoluta. Essas pessoas sobrevivem apenas com 1/4 de salário mínimo no máximo!
A pobreza absoluta apresenta-se maior nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para se ter uma idéia, o Nordeste, em 1988, apresentava o maior índice (58,8%), ou seja, 23776300 pessoas viviam na pobreza absoluta.
Em 1988, o IBGE detectou, através da Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios, que 29,1% da população ativa do Brasil ganhava até l salário mínimo, e 23,7% recebia mensalmente de l a 2 salários mínimos. Pode-se concluir que 52,8% da população ativa recebe até 2 salários mínimos mensais.
Com esses dados, fica evidente que a mais da metade da população brasileira não tem recursos para a sobrevivência básica. Além dessas pessoas, tem-se que recordar que o contingente de desempregados também é muito elevado no Brasil, que vivem em piores condições piores que as desses assalariados.
As condições de miserabilidade da população estão ligadas aos péssimos salários pagos.
A extrema desigualdade social
Observou-se anteriormente que mais de 50% da população ativa brasileira ganha até 2 salários mínimos. Os índices apontados visam chamar a atenção sobre os indivíduos miseráveis no Brasil.
Mas não existem somente pobres no Brasil, pois cerca de 4% da população é muito rica. O que prova a concentração maciça da renda nas mãos de poucas pessoas.
Além dos elementos já apontados, é importante destacar que a reprodução do capital, o desenvolvimento de alguns setores e a pouca organização dos sindicatos para tentar reivindicar melhores salários, são pontos esclarecedores da geração de desigualdade social.
Quanto aos bens de consumo duráveis (carros, geladeiras, televisores, etc), são destinados a uma pequena parcela da população. A sofisticação desses produtos, prova o quanto o processo de industrialização beneficiou apenas uma pequena parcela da população.
Geraldo Muller, no livro Introdução à economia mundial contemporânea, mostra como a concentração de capital, combinado com a miserabilidade, é responsável pelo surgimento de um novo bloco econômico, onde estão Brasil, México, Coréia do Sul, África do Sul, são os chamados “países subdesenvolvidos industrializados”, em que ocorre uma boa industrialização e um quadro dos enormes problemas sociais.
O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs, vendedores ambulantes, marreteiros, etc, são trabalhadores que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade e desigualdade da economia brasileira e de seu desenvolvimento industrial.
Bibliografia: TOMAZI, Nelson Dácio. Iniciação a Sociologia. SP, atual; 1993
EDP avança com primeiro parque eólico flutuante
EDP, ambas com 31% do projecto.
A EDP está pronta para avançar com a construção do primeiro parque eólico flutuante. A ideia é replicar a Windfloat, a torre eólica flutuante em alto mar, que está instalada ao largo da Póvoa do Varzim e que foi inaugurada este fim-de-semana, numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva.
Para António Vidigal, presidente da EDP Inovação, se tudo correr bem com este protótipo, a próxima fase é "a construção de um parque eólico com cinco turbinas e uma potência cinco vezes superior à actual".
O Windfloat envolveu um investimento de 23 milhões de euros e promete colocar Portugal na liderança mundial dos sistemas eólicos em ‘offshore'. Com um peso de duas mil toneladas, colocado a seis quilómetros da costa, o Windfloat tem um aerogerador de dois megawatts, o suficiente para fornecer energia a 1.300 habitações. O protótipo está em fase de testes há seis meses e deverá manter-se assim mais ano e meio.
Para António Mexia, presidente da EDP, esta nova tecnologia representa "mais um passo no aproveitamento dos recursos endógenos, na diminuição da dependência externa e no potencial aproveitamento do ‘cluster' marítimo português, com impactos positivos ao nível do emprego e das exportações". Mexia salientou ainda que para além do aproveitamento dos "recursos próprios, em particular do mar e dos estaleiros navais, o Windfloat incentivou o trabalho de equipa num projecto que envolveu mais de 60 empresas, sendo 40 portuguesas e destaca ainda o valor da imaginação em cima do puro conhecimento".
Os nódulos apareceram pela primeira vez quando tinha 19 anos, se espalhou para as costas aos 24 anos e cobriu o corpo inteiro no momento em que ele ia completar 32 anos.
Agora, 25 anos depois, Wisnu está esperando para finalmente encontrar uma cura, principalmente porque seus dois filhos estão começando a mostrar sinais de mesma condição. Sua luta é destaque em um novo documentário, "O Homem da pele da bolha", estreando em 20 de junho TLC.
Apesar de sua condição, Wisnu nunca perdeu o amor de sua esposa.
"Você ainda é bonito", disse ela durante um momento no documentário, e insistiu que não estava desapontado com sua aparência.
Durante os estágios iniciais da doença, os pais Wisnu o levaram para ver um número de médicos e dermatologistas que estavam perplexos com a gravidade de seus sintomas.
Alguns médicos lhe disseram que era a condição genética e, possivelmente causada por uma anomalia no sistema nervoso.
Depois de serem prescritos cremes que eram ineficazes, Wisnu desistiu de esperar, pois ele jamais encontrará uma cura.
"Não houve um tratamento especial para a minha doença", disse ao The Sun "Só me disseram para ver um dermatologista após o outro, porque eles não sabiam como me tratar."
Lidar com as bolhas da pele é uma tarefa, especial porque os caroços ficam muito irritados e a pele inflamada no tempo quente, e por causa da reação que ele recebe de pessoas que o vêem durante as raras ocasiões em que ele sai em público.
No entanto, agora ele está falando sobre sua situação na esperança de ajudar seus dois filhos, que estão mostrando sinais de desenvolver a condição, de acordo com Anorak.co.uk.
"Eles só têm alguns tumores pequenos, mas agora eles se preocupam eles vão piorar", disse ele. "Se houver uma chance de obter esse tipo de medicação gratuita, vou aproveitar a chance, mas agora minha família é todo o tratamento que eu preciso."