Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O mais rápido computador da América Latina e um dos maiores projetos de pesquisa científica do Brasil, o Santos Dumont, corre o risco de ser desligado por falta de verbas. A supermáquina, instalada no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ), que custou R$ 60 milhões, funciona atualmente com capacidade mínima e pode ser desligada porque não há recursos para bancar as despesas de manutenção, como contas de luz, noticiou O Globo (23/6). O desligamento acontece apenas seis meses depois que o supercomputador entrou em funcionamento no laboratório, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Capaz de dar conta simultaneamente de até 75 projetos em diversas áreas, a máquina atualmente só trabalha com dois programas, relacionados à estrutura de proteínas e à meteorologia. Entre as pesquisas interrompidas, está o sequenciamento genético do vírus zika para saber as características da doença, como apontou o site Nexo (23/6). Em artigo na página, o jornalista especializado em ciência, André Cabette, comenta por que é tão difícil bancar um supercomputador no Brasil. “Trata-se do descompasso entre dinheiro para investir em equipamentos e a verba de custeio, que banca gastos cotidianos como conta de luz e funcionários”, reflete. Segundo o texto, o problema de verbas não é exclusivo do Santos Dumont e atinge toda a pesquisa brasileira.
Ainda segundo o Nexo, essa já era uma realidade anunciada pelo diretor do laboratório, Pedro Leite, em junho de 2015, frente a cortes do governo na área de ciência e tecnologia. Na época, o diretor afirmou que os tempos eram de “vacas anoréxicas indo para o brejo”. Ao Globo, o ministério disse que solicitou um repasse de 4,6 milhões de reais ao laboratório, que está em análise no ministério do Planejamento. O gasto mensal com energia do supercomputador é de R$ 500 mil.
Radis 166